quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Canoas/RS



 Tomou posse a nova Mesa da Câmara de Vereadores

Canoas/RS - Uma sessão especial superlotada marcou na noite desta segunda-feira, 2, a posse do vereador e ex-secretário municipal de Esportes, Dario da Silveira (PDT), como novo presidente da Câmara Municipal dos Vereadores de Canoas. O novo presidente presidiu a solenidade, que contou com presença do prefeito Jairo Jorge e também registrou o retorno à vereança do ex-secretário municipal de Educação Paulo Ritter. "O Povo de Canoas tem muito orgulho da Câmara, e os vereadores que temos estão ajudando a cidade a fazer a diferença", observou o prefeito durante a cerimônia.

Elogiado pela sua atuação durante o primeiro período em que exerceu a vereança e pelo seu mandato na atual gestão municipal, o ex-secretário Paulo Ritter foi saudado pela sua competência e bom desempenho como gestor público. "Esse é para mim um momento muito emocionante, porque eu conheço a capacidade desse vereador", observou o vereador Emílio Neto, que foi seu contemporâneo de mandato. No auditório, uma faixa também saudava o retorno do vereador: "Valeu, Paulo Ritter! Estamos todos juntos na educação em 2012". 

Autoridades religiosas e militares, lideranças culturais e esportivas, entre outros representantes da sociedade civil, acompanharam atentamente no auditório e nos corredores os pronunciamentos dos líderes.

Emoção e Memórias

Cada um dos lideres de partidos dos 15 vereadores se pronunciaram, lembrando momentos importantes da atual legislatura e o papel de lideranças que atuaram na presidência da Casa, como o atual secretário municipal de Obras, Alcy Paulo de Oliveira (Cica), segundo-sargento Ney de Moura Calixto e o próprio Paulo Ritter. Visivelmente emocionado, o novo presidente Dário da Silveira destacou os bons resultados da atual gestão. "Tenho orgulho de defender esse governo que disputa a referência nacional e internacional como modelo administrativo", assinala.

Os integrantes da nova mesa foram escolhidos no último dia 12 de dezembro, logo após o término da última sessão ordinária do ano. Dario venceu a eleição disputada com o vereador Juares Hoy, também do PDT, por nove votos a seis. Com ele, foram eleitos para a nova gestão da casa os vereadores Aloísio Bamberg (PPL), César Augusto Ribas Moreira (PRB) e Ricardo Maciel (PTB). (...)

A nova Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Canoas ficou assim constituída:

Presidente: Dario da Silveira;
1º vice-presidente: Emílio Neto;
2º vice-presidente: Aloísio Bamberg (PPL);
1º Secretário: Ricardo Maciel (PTB);
2º Secretário: César Augusto Ribas Moreira (PRB).

*Por Ronaldo Martins Botelho - site da Prefeitura de Canoas/RS

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Artigo


DEBATE ABERTO

O partido único da mídia

A superficialidade e o descrédito a que chegaram os meios de comunicação tradicionais no Brasil é incontestável. Posicionamento político-partidário explícito e "reengenharias" administrativas estão na raiz desse processo.

Dispensas em massa de profissionais qualificados explicam, em parte, a baixa qualidade editorial. Foi-se o tempo em que ler jornal dava prazer. Mas fiquemos, por aqui, apenas na orientação política.

A concentração dos meios e a identidade ideológica existente entre eles criou no país o "partido único" da mídia, sem oposição ou contestação. Ditam políticas, hábitos, valores e comportamentos. O resultado é um grande descompasso entre o que divulgam e a realidade. Hoje, para perceber esse fenômeno, não são mais necessárias as exaustivas pesquisas em jornalismo comparado, tão comuns em nossas academias lá pelos anos 1980.

Agora basta abrir um jornal ou assistir a um telejornal e compará-los com as informações oferecidas por sites e blogues sérios, oferecidos pela internet. São mundos distintos.

No caso da mídia brasileira essa situação começou a se consolidar com a implosão das economias planificadas do leste europeu, na virada dos anos 1980/90.

Em 1992, no livro "O fim da história e o último homem", ampliando ideias já apresentadas em ensaio de 1989, Francis Fukuyama punha um ponto final no choque de ideologias, saudando o capitalismo como modo de produção e processo civilizatório definitivo da humanidade, globalizado e eternizado.

Tese rapidamente endossada com euforia pela mídia conservadora e hegemônica que, a partir dai, pautaria por esse viés seus recortes diários do mundo, transmitidos ao público. Faz isso até hoje.

Só que, obviamente, a história não acabou. Ai estão as crises cíclicas do capitalismo, neste início de milênio, evidenciando-o como modo de produção historicamente constituído, passível de transformações e de colapso, como qualquer um dos que o precederam. Mas a mídia trata o capitalismo como se fosse eterno, excluindo de suas pautas as contradições básicas que o formam e o conformam. Dai a pobreza de seus conteúdos e o seu distanciamento da realidade, levando-a ao descrédito.

De fomentadora de ideias e debates, fortes características de seus primórdios em séculos passados, passou a estimuladora do conformismo e da acomodação. Para ela o motor história não é a luta de classes e sim o consumo, apresentado em gráficos e infográficos, alardeando números e índices que, muitas vezes, beiram o esotérico.

Se nos anos 1990 essas políticas editoriais obtiveram relativo êxito apoiadas na expansão do neoliberalismo pelo mundo, na última década a realidade crítica abalou todas as certezas impostas ideologicamente. As contradições vieram à tona.

No entanto a mídia, reduzida e conservadora, especialmente no Brasil, segue tratando apenas das aparências, deixando de lado determinações mais profundas. Movimentos anti-capitalistas espalhados pelo mundo são mencionados, quando o são, particularmente pela TV, como "fait-divers", destituídos de sentido, a-históricos. Seguindo rigorosamente a tese de Fukuyama.

Fazendo jus ao seu papel de "partido único", os meios oferecem ao público, como elemento condutor de sua ideologia conservadora, algo que genericamente pode ser chamado de kitsch. Definição dada pelos alemães no século passado para a arte popular e comercial, feita de fotos coloridas, capas de revistas, ilustrações, imagens publicitárias, histórias em quadrinhos, filmes de Hollywood. Atualizando seriam os nossos programas de TV, os cadernos de variedades de jornais e revistas, as músicas e as preces tocadas no rádio.

Esse é o prato diário da mídia, oferecido em embalagens sedutoras e entremeado de informações ditas jornalísticas, apresentando o mundo como um quadro acabado, inalterável. Não existindo alternativas, resta o conformismo anestesiado pelo consumo, ainda que para muitos apenas ilusório.

Claro que esse quadro midiático tem eficácia até certo momento, enquanto realidade e imaginário de alguma forma guardam proximidade. Mas ele também é histórico e, portanto, mutável.

Enquanto as contradições básicas da sociedade, aqui mencionadas, permanecerem existindo, a integração das consciências "pelo alto" será irrealizável, alertava Adorno, num dos seus últimos textos. Por mais que os meios de comunicação se esforcem por integrá-las.

Ao se fixar nos seus próprios dogmas, desprezando o real, o poder dos partidos midiáticos tende ao enfraquecimento. Ao se descolarem da realidade perdem credibilidade e apoio, cavando sua própria ruína. Confrontados com a internet desabam. Trata-se de um caminho trilhado de forma cada vez mais acelerada pela mídia tradicional brasileira. Sem falar na contribuição dada a esse processo pela queda da qualidade editorial, tema que fica para outro momento.

*Laurindo Lalo Leal Filho, sociólogo e jornalista, é professor de Jornalismo da ECA-USP. É autor, entre outros, de “A TV sob controle – A resposta da sociedade ao poder da televisão” (Summus Editorial). Twitter: @lalolealfilho.  Fonte: site da Carta Maior

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